Por Otavio Soares Sampaio
São Paulo
Chuvas no RS: desvendando um dos maiores horrores climáticos do estado
Meteorologistas apontam que tende a piorar, por conta da interação de fenômenos meteorológicos e das mudanças climáticas
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Imagem de Diego Vara
As recentes chuvas que atingiram o Rio Grande do Sul marcam um dos capítulos mais sombrios da história climática do estado. Os meteorologistas salientam que esta calamidade é uma confluência de pelo menos três fenómenos distintos – todos exacerbados pelo espectro iminente das alterações climáticas.
Na verdade, o Rio Grande do Sul encontra-se à beira da calamidade, à medida que chuvas implacáveis continuam a atingir a sua paisagem há mais de uma semana, sem sinais de diminuir; apenas prometendo mais destruição em seu rastro. A contagem de corpos disparou para alarmantes 32 – e continua a aumentar, com muitos mais simplesmente desaparecidos no meio das águas turbulentas.
A catástrofe é causada pela interacção de três fenómenos na região; as alterações climáticas só pioram a situação. Os meteorologistas alertam que, com a previsão de mais chuva, as coisas podem ficar ainda mais difíceis: não para os tímidos.
O desastre começou devido à interação de alguns fatores diferentes. Houve um vale — uma intensa corrente de vento que perturbou a dinâmica do tempo — e também um corredor de umidade vindo da Amazônia que adicionou umidade à chuva, sem esquecer um bloqueio atmosférico em consequência da onda de calor que dividiu os extremos entre secos e condições quentes no centro e chuvas concentradas em ambas as extremidades.
Estas peculiaridades levaram a uma escalada da intensidade das chuvas nesta parte da região, resultando em inundações e deslizamentos de terra devastadores. A imprevisibilidade da situação foi ainda agravada por estes elementos já mencionados.
O calor da Terra e as influências oceânicas estão a afectar directamente este evento, tornando os eventos climáticos mais severos. No sul do país, as tempestades já são tradicionalmente favorecidas nesta época do ano. No entanto, a situação está a agravar-se ainda mais devido às alterações climáticas.
De acordo com Luengo, o aquecimento dos oceanos gera mais energia para a formação de chuvas, levando a níveis de precipitação nunca antes registrados. As mudanças no padrão climático estão interferindo na atmosfera e intensificando os fenômenos climáticos, tornando-os mais devastadores.