Por Isabelly Feitosa
São Paulo
Após 12 anos preso injustamente, homem é absolvido no interior de SP
Carlos Edmilson da Silva foi acusado por estupros em série em 2012 e foi absolvido em decisão unânime do STJ.

Foto: Divulgação/Innocence Project Brasil
Carlos Edmilson da Silva ficou 12 anos preso injustamente pelo crime de estupro na Grande São Paulo. Ele foi absolvido pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) após fazer uma análise de DNA criminal, que não indicou seu material genético nas vítimas e apontou o verdadeiro culpado.
Carlos tinha 24 anos e trabalhava como jardineiro quando foi acusado pelo estupro de dez mulheres entre 2010 e 2012, nos municípios de Osasco e Barueri. Ele foi reconhecido por fotografias e detido pela Polícia Civil de Barueri, recebeu a sentença de 137 anos, 9 meses e 28 dias de prisão.
Os promotores que atuavam no caso de Carlos procuraram a advogada Flávia Rahal, uma das fundadoras do Innocence Project Brasil, associação sem fins lucrativos que trabalha para enfrentar a condenação de inocentes.
“As condenações injustas foram revertidas em razão de exames de DNA. Também foi possível demonstrar que os atos de reconhecimento não seguiram o Código de Processo Penal”, publicou o Innocence Project Brasil nas redes sociais.
O laboratório de DNA do Instituto de Criminalística de São Paulo confirmou que Carlos é inocente, além de apontar o verdadeiro estuprador: José Reginaldo dos Santos Neres, que cumpre pena por roubo na mesma penitenciária onde Carlos estava.
Segundo o Núcleo de Biologia e Bioquímica do Instituto de Criminalística (IC), o material genético de José Reginaldo foi encontrado em cinco das dez vítimas, as cinco restantes não realizaram os exames sexológicos.
Carlos foi liberado da Penitenciária de Itaí na quinta-feira, (16), e se emocionou ao ser recebido pela mãe, Ana Maria da Silva. Ao falar com o G1, Carlos disse que não tinha palavras, e queria apenas o abraço da mãe.