Por Guilherme Miranda
São Paulo
Criminalidade cresce após enchentes no Rio Grande do Sul
Saques, roubos e outros crimes aumentam em meio a catástrofe climática

Foto: Gustavo Mansur/ Palácio Piratini reprodução/OGlobo
O número de crimes cometidos aumentou em virtude do cenário vivido pelos habitantes do Rio Grande do Sul após as fortes chuvas que atingem o estado. Os relatos de roubos causaram insegurança ao trabalho de voluntários e medo aos moradores, que resistem em deixar suas casas pelo temor de furtos. Há relatos de ocorrências não só na capital, mas também em Canoas, Eldorado do Sul, Novo Hamburgo e São Leopoldo. O policiamento em pontos de socorro tem sido reforçado.
Eduardo Leite (PSDB), governador do Rio Grande do Sul, pediu que o Ministério da Justiça envie mais homens da Força Nacional. O governo federal também enviou agentes da Polícia Federal. Leite ainda cancelou férias e licenças de policiais, liberou horas extras e convocou militares da reserva para ampliar o patrulhamento nas cidades arrasadas pelos alagamentos.
O secretário de Segurança do Rio Grande do Sul, Sandro Caron, afirmou que a situação de "catástrofe" dificulta a identificação de um número exato de saques e roubos ocorridos em meio às enchentes. Segundo ele, 30 pessoas já foram presas por terem aproveitado a situação de calamidade para entrar em residências e comércios para saquear bens. O secretário disse acreditar que o momento de maior insegurança já passou.
O governador também anunciou que os mais de 400 abrigos onde estão acolhidas as vítimas devem ganhar reforço de policiamento e reformas para garantir a privacidade dos acolhidos. A previsão é de um investimento de R$ 217 milhões no reforço imediato no policiamento em todo estado e de R$ 2 bilhões nas reformas de moradias provisórias. Os valores fazem parte do plano de R$ 19 bilhões para reconstrução do estado, que registra mais de cem mortes em decorrência das chuvas.